sexta-feira, 18 de junho de 2010

“NOTA DE FALECIMENTO”

“Porque D’us amou o mundo de tal maneira que deu seu filho unigênito, para que todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha a vida Eterna” (João 3:16). 
            No dia 18 de junho de 1968 morria aos 42 anos Rener Nunes de Lima. Foi em uma troca de plantão, no Hospital Sorocabano da Lapa em São Paulo, Capital, que naquela manhã uma enfermeira troca a bolsa de sangue, que deveria ser do tipo “A” RH Negativo, por outra, e provoca um choque anafilático que o leva a morte em poucos minutos. Sua morte mudou o rumo da minha história e de toda a minha família. Quantas comemorações de “Dia dos Pais” tive que participar sem tê-lo por perto. Não chorei sua morte, porque era tão pequena, tinha apenas 6 anos, não podia entender o que aquele episódio significava pra minha vida. Mas, eu tinha uma informação, que minha tia Noêmia quando me vestia naquela manhã fria me disse: - “seu pai foi morar com Jesus”. Eu não tinha noção do que sua ausência causaria em nossas vidas pra sempre. Crescia ouvindo uma sorte de considerações sobre sua vida, de que ele foi um homem muito bom com todos. Minha vó Guilhermina sempre dizia que D’us leva os bons, e na minha cabeça infantil temia que se todos os bons morrem, então quem fica são os maus? Muitas vezes tentei imaginar como seria nossa vida, minha, de meus irmãos e minha mãe, se ele não tivesse morrido? Muitas vezes culpei D’us por ter levado meu pai, mas o amadurecimento cristão me levou a entender que D’us sabe de todas as coisas e que nada escapa ao seu controle. Uma coisa me lembro do pai com muita precisão, dele assobiando um hino do Cantor Cristão que a letra é assim:

Mensagem Real – (CC 207)

“Sou forasteiro aqui, em terra estranha estou; Do Reino lá do Céu embaixador eu sou! Meu Rei e Salvador vos manda em seu amor as Boas Novas de perdão.

Eis a mensagem que me deu Aquele que por nós morreu: Reconciliai-vos já, é ordem que Ele dá, Reconciliai-vos já com D’us!

É ordem do meu Rei que todo pecador arrependido já confesse ao Salvador todo pecado seu; pois Ele prometeu dar o perdão por seu amor.

Eis a mensagem...

No meu eterno lar não há perturbação; Eterno gozo e paz os salvos fruirão! E quem obedecer a Cristo, vai viver no Reino eterno do meu Rei!

Eis a mensagem...

            Por anos a fio me lembrei disso até entender que sua morte mudou o rumo da nossa história, e hoje isso me faz pensar que assim como a morte do meu pai mudou a história de minha família; uma morte mais importante de todas, também mudou o rumo de toda a humanidade. Toda a humanidade caminhava para a perdição quando D’us enviou seu Filho Unigênito para morrer na Cruz derramando seu precioso sangue para que alcançássemos a salvação, sem esse ato tão precioso nosso rumo seria a perdição eterna, porque é isso que merecíamos. Mas o amor de D’us permitiu que através da morte de Jesus pudéssemos ter vida. Perder meu pai causou muito sofrimento a minha família, mas o Evangelho nas nossas vidas possibilitou que tivéssemos contato, um reencontro com um Pai amoroso, cuidador, que nunca nos desamparou até hoje. Que nos mostra todos os dias que não nos deixa “órfãos”. Louvado seja o D’us Eterno Pai do nosso Senhor Jesus o Cristo. Hoje faz 42 anos que meu pai aos 42 anos morreu, deixando viúva Dona Maria Lima Nunes e seus cinco filhos, Regina Maria, Rejane Mariza, Rosemari, Rosana Márcia e Rener Júnior. A morte não é o fim se vivemos em Cristo Jesus, ela é o começo de uma Eternidade ao lado do D’us Eterno Criador do Universo!
            "Seu René", nunca me esquecerei o que fez por mim. Eu me "reconciliei com D'us"!

Rosana Márcia (Forasteira aqui).



2 comentários:

  1. Realmente somos todos “forasteiros” aqui …
    Não me lembrei desta data hoje.
    Mas todas os anos em meu aniversário; sinto que falta alguém … dá um certo vazio, até hoje ! depois de 42 anos. Pois comemorava-se:
    Seu René (20/03), Rejane (21/03) – juntos. Eu amava estar junto dele, sua calma …tirar suas botas quando chegava do trabalho (sempre assobiando um hino), apesar de não freqüentar uma “igreja”, tinha um espírito de cristão verdadeiro – sabia viver! Comer com gosto,tomar seus tragos (nunca tive motivos para me envergonhar dele por conta disso), gostava de ver as pessoas ao redor de uma mesa. E acima de tudo ver a família reunida. Me ajudava com as lições de casa da escola.
    Eu sentia “orgulho” em acompanhá-lo na exposição de animais no Recinto Melo de Moraes em Bauru.

    Saudades…
    Em breve nosso tempo aqui como “forasteiros” findará e estaremos reunidos com nosso Pai Eterno e nosso pai terreno; felizes no Reino lá do Céu”.

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  2. Rosana, fiquei muito emocionada com suas palavras.
    De repente me vi escrevendo tudo o que estava guardado em minha memória… E gostaria de fazer uma correção, quando disse que "papai tinha um espírito de cristão verdadeiro … e gostava de comer …etc" . Essas não são características de um cristão … mas o que me lembro é que ele usava a "comida" para reunir a família e mante-la unida. E isso marcou minha vida. E que com certeza se estivesse vivo hoje, seria o mesmo. Dando valor a familia ajudando aos outros. Esse Exemplo é de um cristão verdadeiro.

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