terça-feira, 27 de julho de 2010



“UNGIDOS”

E quanto a vós, a unção que dele recebestes fica em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina a respeito de todas as coisas, e é verdadeira, e não é mentira, como vos ensinou ela, assim nele permanecei”.  (I João 2:27)
            Na semana passada, saímos de férias, viajamos para o interior paulista para reencontrar família e amigos. Foi maravilhoso encontrar queridos que eu não via há mais de 10 anos; poder abraçar, conversar e comungar juntos. Saímos de Volta Redonda( RJ), e fomos direto pra Bauru(SP), minha cidade natal. Depois fomos pra Agudos, São José do Rio Preto e Marília. Era pouco tempo pra visitar todos que queríamos ver, mas foi bom. Nessa visita conversamos muito e como não poderia ser diferente a maioria das nossas conversas giravam em torno do tema “cristianismo”; o que mais me entristeceu foi ouvir relatos sobre a vida de alguns pastores. A princípio fiquei chocada com alguns fatos. Mas hoje quando eu despertava de uma noite de sono, comecei a pensar sobre o porquê das pessoas colocarem os pastores em situação diferente dos demais cristãos. Não há diferença, os pastores não são “especiais” ou super-crentes, são pessoas com o dom de pregar o Evangelho, D’us assim o fez para o aperfeiçoamento do corpo (Efésios 4:12). No entanto, não raras vezes encontrei pessoas que me advertiram para que não me “levantasse contra o ungido do Senhor”, e eu fico me perguntando, quando foi que os pastores receberam “unção” diferente daquela que recebemos quando recebemos o Espírito Santo? É por isso que tantos se decepcionam com pastores, cobram deles algo que deveria ser cobrado de qualquer cristão. Nessa viagem encontrei um amigo e irmão que quase abandonou o cristianismo por causa de um golpe financeiro que sofreu de um pastor; encontrei uma filha completamente decepcionada com seu pai – pastor- que cometeu adultério e recusa-se a pagar pensão alimentícia; encontrei uma dona-de-casa que disse não ter encontrado paz enquanto não reencontrou um antigo pastor da igreja onde freqüentava para pedir perdão, porque se sentia mal por ter se levantado contra o “ungido do Senhor”. Eu penso que a cobrança que fazemos a “pastores” deveria ser feita a qualquer um que se confessa seguidor de Jesus. “A expressão “ungido do Senhor” é bíblica e ocorre exatas oito vezes no texto hebraico do Antigo Testamento.  Seis destas oito menções fazem referência ao rei Saul. Uma faz referência ao Rei Davi e uma diz respeito ao Ungido do Senhor como aguardado pelo profeta Jeremias. As menções aos reis Saul e Davi, deixam bem claro que os ungidos do Senhor não eram homens imunes nem a erros, nem a críticas e muito menos à disciplina por parte do Senhor. Os chamados de "ungidos do Senhor" e de "meus profetas" são os descendentes de Abraão, Isaque e Jacó. São os Israelitas (Salmo 105:8-15). Todos e cada um deles. Ninguém que pertença verdadeiramente ao povo de Israel é deixado de fora. Portanto, o mito de que os pastores constituem-se em os "ungidos do Senhor", como uma casta distinta e superior a todos os crentes, não passa realmente de uma invenção que pode esconder propósitos que não agradam a D’us. Precisamos retornar, de maneira urgente, ao padrão bíblico do pastor-servo à imitação do próprio Senhor Jesus. O texto de 2 Coríntios 1:21 - 22 diz: "Mas aquele que nos confirma convosco em Cristo e nos ungiu é D’us, que também nos selou e nos deu o penhor do Espírito em nosso coração". Estes dois versos ensinam claramente que só existe uma unção e que todos os cristãos são participantes desta unção, pois o repartir da mesma é um ato do próprio D’us. Quando Paulo diz que D’us nos ungiu, ele está dizendo que todos nós que somos genuinamente cristãos, fomos ungidos diretamente pelo próprio D’us. Nas tradições judaicas era costumeiro a unção de reis, profetas e sacerdotes quando do início do exercício das suas funções. Isto pode ser observado em Êxodos 28:41 e 40:15 com relação aos sacerdotes; em 1 Reis 9:16 e Isaías 61:1 com relação aos profetas e em 1 Samuel 10:1;15:1; 2 Samuel 2:4 e 1 Reis 1:34 com relação aos reis de Israel. A palavra "ungido" é também usada para se referir, de modo todo especial, ao Senhor Jesus que é chamado de: Ungido (português) = Cristo (grego) = Messias (hebraico). Jesus é o ungido por excelência de D’us já que Ele possui um triplo serviço como Rei, Profeta e Sacerdote. A expressão ungido também é usada para se referir a todos os crentes e indica que os mesmos são consagrados ou separados para o serviço de D’us pelo Espírito Santo. É por causa desta separação ou consagração, que somos chamados e considerados santos por D’us. O apóstolo João disse em 1 João 2:20: "E vós possuis unção que vem do Santo e todos tendes conhecimento". A conseqüência desta unção na vida de todos os cristãos pode ser vista em alguns versículos mais adiante, no mesmo texto, quando João diz: "Quanto a vós outros, a unção que dele recebestes permanece em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina a respeito de todas as coisas, e é verdadeira, e não é falsa, permanecei nele, como também ela vos ensinou. Filhinhos, agora, pois, permanecei nele, para que, quando ele se manifestar, tenhamos confiança e dele não nos afastemos envergonhados na sua vinda. Se sabeis que ele é justo, reconhecei também que todo aquele que pratica a justiça é nascido dele. - 1 João 2:27 - 29". Assim  existe somente uma unção, que todos os crentes receberam esta mesma unção e que D’us mesmo é aquele que nos unge. Não devemos, portanto, ter medo de desmascarar a qualquer um que pretenda ser possuidor de algum tipo especial de unção. Unção especial só existe uma: é aquela com que D’us mesmo ungiu a todos os crentes, sem exceção!”(1).  Em resumo, tenhamos misericórdia uns dos outros, e estejamos certos que todos, um dia, estaremos diante de D’us para sermos julgados pelo que fizemos de bom e de mal.
“O Senhor é o meu Pastor e nada me faltará!”

Rosana Márcia.


(1) Alexandros Meimarides.

terça-feira, 13 de julho de 2010

“AINDA CEGOS?”
“...Se é pecador não sei; uma coisa eu sei: eu era cego, e agora vejo. Sabemos que D’us não ouve a pecadores; mas, se alguém for temente a D’us, e fizer a sua vontade, a esse Ele ouve.” (Jo.9:25,31)


            Hoje quando eu meditava no Evangelho de João fiquei pensando sobre a oração e a cegueira. Escuto muita gente dizer que ora pelos outros, algumas pessoas pedem pra orarmos por elas; então fico questionando que muitas das orações são meras “repetições” sem sentido algum, e que não vão e nem chegam a lugar algum. Quando eu era jovem ouvi muitas vezes a seguinte expressão: “a oração de alguns não passa do teto”. Penso que queriam dizer que “essas” orações não seriam ouvidas pelo Pai. Já na idade madura, eu ouvi um pregador dizer que: “ se estiver em pecado, D’us não ouvirá a oração”. Isso fez mais sentido pra mim, porque não conseguia conceber uma relação com D’us e uma vida de pecado. No texto, eu entendo que os Fariseus criam dessa forma, que D’us não ouve o pecador; esse foi o argumento usado pelo cego de nascença. Quando os Fariseus chamam Jesus de pecador, o que era cego afirma que foi curado, e se foi curado por D’us, então quem o curou não é pecador, porque foi ouvido por D’us o Pai. “Eu era cego e agora vejo”, Jesus cura um  cego de nascença, e isso me faz pensar como mensagem do Evangelho veio pra mudar de forma radical e definitiva nossa situação de perdidos para salvos, de cegos para enxergar. Só o sacrifício de Jesus foi capaz de nos trazer para luz, mudando nossa situação de trevas. Tem um hino que a letra diz assim:
           
            “Eu nas trevas vagueava, sem a luz da retidão; a minha alma estava morta,        e eu     sem fé no coração           
            Mas um dia a sua graça D’us mandou, e a doce luz; vi então caminho claro,       sim ouvi o meu Jesus.           
            Dentro em mim meu homem velho contra a retidão lutou; mas Jesus comigo     estava, santamente me guiou.           
            Foi um novo nascimento, Honra e Glória ao Redentor! Ele deu-me luz e vida, Santidade e seu amor.                       
            Como é triste andar em trevas, sem perdão do salvador! Bela é a vida, mas        a vida dominada pelo amor.” (Cantor Cristão 279).

            Assim como a vida daquele cego de nascença mudou radicalmente, Jesus também nos concedeu mudança completa da nossa situação de eternamente pecadores para uma vida na luz, para vivermos uma vida sem pecado. Mas, não é assim que acontece, diariamente nosso “velho homem luta contra a retidão”, e eu creio que cada vez que ele vence, o velho homem, nossas orações “não passam do teto”, porque D’us não ouve a pecadores. Quantas vezes temos vivido uma vida solitária e triste porque somos impedidos pelos nossos pecados de uma relação de perfeita comunhão com o D’us Eterno como Jesus teve. Há um ditado que diz que: “O pior cego e aquele que não quer ver”; precisamos, definitivamente abandonarmos a cegueira espiritual, o pecado que vêm nos cegando e vivermos uma vida na luz. “Jesus é a luz do mundo e aquele que o segue não vive em trevas, mas terá a luz da vida”. Cegos? “Como é triste andar em trevas...”.

Rosana Márcia.

quinta-feira, 8 de julho de 2010




“INIQUIDADE”
“...nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vos que praticais a iniqüidade.”(Mt. 7:23)

            Essa semana eu lia uma revista, e na reportagem das páginas amarelas trazia uma entrevista com o Presidente do STF Cezar Peluso, e sua definição sobre iniqüidade me chamou muito a atenção. Ele diz assim: “...Mas o mais grave, e no que pouca gente presta atenção, é que, quando o juiz decide contrariamente ao STF, os que têm bons advogados conseguem chegar aqui e mudar a situação. Os outros, que não conseguem, acabam tendo uma sorte diferente. Isso se chama, na prática, iniqüidade. Casos iguais, tratamentos diferentes. Sob o pretexto de resguardar a independência dos juizes, cria-se a injustiça”. Lendo isso não pude deixar de me lembrar das palavras de Jesus no livro de Mateus, quando ele chama de iníquos aqueles que deixaram de praticar suas palavras, aqueles que “naquele dia” se apresentarão como pessoas que”profetizaram em nome de “Jesus”, que expulsaram demônios em nome de “Jesus”, que realizaram milagres em nome de “Jesus”; e Jesus lhes dirá: “Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade”. Praticar a iniqüidade é não praticar a eqüidade. Ser eqüitativo é ser justo, reto, de bom caráter. Nossa referencia de equidade é Jesus o filho do Eterno D’us o justo Juiz; Jesus demonstrou o caráter de D’us, e só poderemos ter o caráter de Jesus quando nos despirmos de nós mesmos, e vivermos uma vida comprometida com os ensinamentos de Jesus; então não precisamos temer “aquele dia”, porque certamente seremos reconhecidos como “aqueles que ouviram as palavras de Jesus e colocaram em prática”.
            Outra coisa que a reportagem me fez pensar, foi sobre, como D’us é justo, e como temos diante Dele um advogado “bom”, “que consegue chegar lá e mudar nossa situação”, quando “confessamos os nossos pecados, D’us é fiel e justo para nos perdoar e nos purificar de toda a injustiça”; “não pequeis; mas se alguém pecar, temos um advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o Justo” (I JO. 1:9; 2:1). Todos nós, temos os mesmos direitos de defesa, e o Eterno consegue “dar conta e analisar 10 000 ações em um ano”, diferentemente do STF que “acaba transferindo parte da responsabilidade do julgamento para analistas”. Louvado seja D’us, Pai do nosso Senhor Jesus o Cristo, que não faz uso de “auxiliares” para julgar, que não é um “juiz iníquo”; Ele é justo; “e fará justiça aos seus escolhidos, que dia e noite clamam a Ele, já que é longânimo” (Lc 18:7). Será que temos consciência, de que um dia estaremos diante de D’us e Ele irá julgar tudo o que “fizemos de bom e de mal”? Viver sob a perspectiva de que prestaremos contas  a D’us é viver nossa vida renunciando diariamente o que somos e nos apropriando da vida de Jesus; nosso “bom” advogado diante de D’us.

Rosana Márcia.