quarta-feira, 11 de maio de 2011



“O CARCARÁ”
“Vigiai, o vosso adversário, o Diabo, anda em  derredor...procurando a quem possa tragar”.(I Pe. 5:8).

            No quintal aqui de casa, sempre aparecem várias espécies de pássaros. Nos últimos meses, quando o abacateiro dava frutos, tivemos Sabiás e até um Pica-pau de topete vermelho, muito lindo. Mas também somos agraciados com Corujas; Rolinhas; Canários-da-terra, que por acaso está cantando agora. Todos vêm para aproveitar a boa safra de abacates. Alguns frutos ficaram na árvore para alimentar os pássaros e outros animais como a família de Gambás que visitam o quintal. No entanto, hoje de manhã houve um silencio “sepulcral” no quintal; eu estranhei, porque todos os pássaros fazem muito barulho pela manhã, principalmente quando temos um lindo dia de sol como o de hoje. Mas eu descobri a razão do silencio quando ouvi o grunhir do Carcará. Não é um predador especializado, e sim um generalista e oportunista assim como o seu parente próximo, o carrapateiro (Milvago chimachima). Onívoro, alimenta-se de quase tudo o que acha, de animais vivos ou mortos até o lixo produzido pelos humanos, tanto nas áreas rurais quanto urbanas. Suas estratégias para obtenção de alimentos são variadas: caça lagartos, cobras, sapinhos e caramujos; rouba filhotes de outras aves, até de espécies grandes como garças, colhereiros e tuiuiú (Jabiru mycteria); arranha o solo com os pés em busca de amendoim e feijão; apanha frutos de dendê; ataca filhotes recém-nascidos de cordeiros e outros animais. Também segue tratores que estão arando os campos, em busca de minhocas. É muito comum ser avistado ao longo das rodovias para alimentar-se dos animais atropelados. Fica nas proximidades dos ninhais para comer restos de comida caídos no chão, ovos ou filhotes deixados sem a presença dos pais. Chega a reunir-se a outros caracarás para matar uma presa maior. É também uma ave comedora de carniça e é comumente visto voando ou pousado junto a urubus pacificamente,principalmente ao longo de rodovias ou nas proximidades de aterros sanitários e locais de depósito de lixo. Sua presença era o motivo do silencio, a “ilha” de tranqüilidade que o quintal significava para os pássaros foi invadida por um predador instalado no alto da Goiabeira, por isso todos se esconderam e ficaram em silencio, vigilantes. E ficaram assim até o perigo passar. Eles não se expuseram ao perigo, mas ficaram quietos e alertas. Isso me fez pensar sobre estar quieto e vigilante. Sempre estamos agitados e preocupados com os cuidados desse mundo; quando deveríamos nos aquietar para ouvir a voz do Espírito Santo de D’us sempre pronto a nos conduzir em segurança. Ocupamos nossos dias com o barulho das nossas mentes ansiosas, preocupadas com o dia de amanhã; com o barulhento som de algumas músicas e televisão; das conversas fúteis na “roda dos escarnecedores”. Isso tudo impossibilita ouvir o Espírito Santo nos alertando do perigo eminente, do predador ao nosso redor. Eu tenho aprendido muito com a natureza, ela sempre me ensina e me surpreende. Nosso quintal é uma lição diária. Nele vejo como os “passarinhos voam: Eles não semeiam, não colhem e nem ajuntam em depósitos. No entanto, o Pai que está no céu dá de comer a eles”. D’us diz que valemos mais que os pássaros, mas agimos com muito menos sabedoria que eles, quando nos ocupamos conosco mesmos, não ouvindo a voz do Espírito de D’us, nos preocupando com o comer e o vestir, quando nos expomos de forma não vigilante permitindo que o predador se aproxime e coloque em perigo de morte nossas almas. Jesus nos ensina a observar a natureza, porque ela sobrevive na dependência de D’us, e , é isso que o Eterno deseja de nós. Não andeis preocupados...vigiai. Cuidado com o “Carcará”!

Rosana Márcia.



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