Hoje, uma manhã chuvosa e
fria (coisa rara aqui no RJ), me encontro a pensar sobre vários assuntos. Mas
minha mente se agarra, tal qual um chiclete na sola de um sapato, uma questão, e que quero compartilhar
com vocês. Minha questão é a seguinte, por que somos tão impelidos a odiar e
tão demovidos a perdoar? Por que ficamos encontrando “desculpas” para
justificar o rancor que alimentamos. Será que não percebemos que em longo prazo
deixar de perdoar a quem nos fez mal só fará mal a nós mesmos, tornando-nos
pessoas incapazes de amar, cheias de doenças psicossomáticas e amargas? Meu
marido me ensinou muitas coisas (mesmo ele sofrendo de ingenuidade patológica),
entre elas, duas quero destacar – aprendi a ter misericórdia e
a perdoar. Não sofri pouco nessa vida, e pude experimentar o sofrimento já na
tenra idade. Hoje não vou dizer que perdoar é um exercício fácil para mim, mas
por ser um exercício ele fortalece o meu caráter dando-me forças para seguir em
frente. Dizem os especialistas que o exercício físico libera no cérebro
substâncias que proporcionam uma sensação de paz e de tranquilidade. São as
endorfinas, neuromediadores ligados a génese do bem-estar e do prazer. Por ser
um potente libertador de endorfina o exercício físico cria a boa dependência
quando praticado regularmente e faz falta como faria qualquer outra substância
associada ao prazer. Quero traçar um paralelo do exercício físico ao exercício
do perdão, enquanto o exercício físico libera endorfina criando dependência e
nos faz falta se não praticarmos regularmente, assim o exercício do perdão
libera a conexão com D’us, criando uma dependência do Pai, gerando uma sensação
de bem-estar e prazer, concedendo paz, tranquilidade e aprovação de D’us.
Recentemente uma amiga – querida demais – postou uma frase em uma rede social que
dizia o seguinte: “Somente aquilo que realmente somos pode nos curar” (Jung).
Isso ficou na minha cabeça, porque sempre questiono o que leio, e sempre tento
aproveitar alguma lição para mim. Comecei a pensar sobre o que sou realmente? E
conclui que as minhas ações são resultado do que sou, mas se não me enfrento,
as minhas ações serão danosas para mim e para o outro. Mas se me reconheço,
posso compreender que o que sou realmente evitando ações que magoem o outro,
alimentando assim o mal que há em mim. Somos o resultado de tudo o que foi
impresso em nós, por isso o resultado nem sempre será bom, muito pelo
contrário, na maioria das vezes será ruim. Mas existe alguém que pode ajudar a nos enfrentarmos, libertando-nos de
nós mesmos. Se você sabe o que realmente és, e isso faz de você um mal para o
outro, “volta pra D’us, que Ele te quer, volta ao teu porto, pois só há lugar
feliz onde se é amado, e como Ele te ama”! Se, pois, o filho vos libertar
verdadeiramente sereis livres (João 8:36). E livres, não haverá obstáculos para
o perdão.
D’us nos abençoe!
Rosana Márcia
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