Ando
pensando sobre os últimos acontecimentos, sobre pastores desonestos, sobre
direitos humanos e sobre o homossexualismo. Tenho percebido como as pessoas
demonstram o que pensam nas redes sociais, e como elas revelam quem realmente
são nos seus “post’s”. Eu mesma faço isso muitas vezes, no sentido de defender
o que penso e mostrar a todos no que eu creio. Recentemente decidi parar de me
envolver na “guerra de compartilhamentos” pró-Feliciano e pró- Jean Willys
pensei que não devo colocar nenhum dos dois em mais evidencia ainda, porque
acabamos enaltecendo os personagens de uma história onde os dois estão errados.
Então comecei a apresentar o que eu chamarei de a Síndrome de Jonas. Nenhum
outro livro do Antigo Testamento (Bíblia Sagrada) busca de maneira tão enfática a extensão da misericórdia divina às nações gentias. Em Jonas, a misericórdia divina é oferecida aos pagãos, que se arrependem e
reagem favoravelmente ao Deus de Israel.
Foi assim que tudo
começou
Um
dia Jonas estava em casa, aí pelo ano 750 aC, quando Deus falou com ele.
“Veio a palavra do
Senhor a Jonas, filho de Amitai, dizendo: ‘Dispõe-te, vai à grande cidade de
Nínive, e clama contra ela porque a sua malícia subiu até mim”.
Sem
dúvida, esta era uma tarefa para a qual Jonas não tinha absolutamente o coração
disposto. Jonas se dispõe, sim, mas para fugir da presença do Senhor e encafurnar-se
em Társis. O texto é irônico. Deus disse: “Dispõe-te”. Jonas de fato se dispôs,
mas para fugir da presença do Senhor. Se acontecesse no norte do Brasil, eu
diria que as pessoas falariam da seguinte maneira: “É, Senhor Deus, estou muito
disposto, mas a fugir dessa obrigação”.Para Jonas aquela era uma missão que
confrontava profundamente seu nacionalismo e sua consciência ideológica. Ele
prefere fugir a ela, deixando assim de sacrificar sua coerência
político-ideológica. “Tendo descido a Jope, achou um navio que ia para Társis.
Pagou, pois sua passagem, e embarcou nele, para ir com eles para Társis, longe da
presença do Senhor”. Jonas fugiu! “Mas o
Senhor lançou sobre o mar um forte vento, e fez-se no mar uma grande
tempestade, e o navio estava a ponto de se despedaçar”. De repente os até então
bem sucedidos planos de Jonas são confrontados pelo pior de todos os oponentes:
o amor apaixonado de Deus. Isso porque nenhuma fuga de Deus dura para sempre,
quando aquele que foge é alguém que o conhece. É melhor viver como um ateu
alienado de Deus do que como um cristão fugindo de Deus. As consequências
práticas do ateísmo e do paganismo são menos dramáticas do que aquelas que atingem
a vida dos que estão num processo de fuga de Deus. A existência se torna
inimiga dos servos de Deus em desobediência. Não há ninguém mais sujeito ao
azar na vida do que um servo de Deus consciente da sua vontade e em processo de
fuga de Deus. “Então os marinheiros, cheios de medo, clamavam cada um ao seu deus,
e lançavam ao mar a carga que estava no navio para o aliviarem do peso
dela”.Jonas tenta fugir de Deus e cai dentro de uma fervorosa reunião de oração.
Talvez em navio nenhum do mundo se tenha orado tanto quanto naquele navio em
que se encontrava Jonas. Ele descobre fé entre os pagãos “como nem em Israel”.
Já ouviu isso antes? “Nem em Israel achei fé como esta”! Na tentativa de fugir
de Deus, tudo fala mais de Deus do que na tentativa de obedecer-lhe. Todavia, o
ouvir de Deus em desobediência é um ouvir apavorado. Os marinheiros estão em
pânico. Preces de desespero são erguidas aos céus. “Jonas, porém, havia descido
ao porão e se deitado; e dormia profundamente”. No texto da versão grega do
Velho Testamento, chamada de Septuaginta, se diz que Jonas não só dormia, mas
“roncava profundamente”. Ele foi capaz de abandonar a mais fervorosa reunião de
oração da sua vida e afundar-se em lânguido sono. Isso porque a desobediência à
vontade de Deus elimina sempre a vontade de viver. Quem acha a vida, perde-a. Quem
a perde, acha-a. Quem conhecendo a Deus não lhe faz a vontade acaba perdendo a
vontade de viver. Esta é, sem dúvida, uma lei existencial realmente irônica:
enquanto os pagãos ansiavam por viver e lutavam com raça e garra por sua vida,
Jonas se auto-sepultara num sono de desistência da vida. “Chegou-se a ele o
mestre do navio e lhe disse: Que se passa contigo? Agarrado no sono?
Levanta-te, invoca o teu Deus; talvez assim esse
Deus se lembre de nós para que não pereçamos”. O estado de alienação da vontade
de Deus torna Jonas menos humano e menos cristão do que os pagãos. Eles lutavam
pela vida; Jonas dormia. Eles invocavam cada qual o seu deus; Jonas não tinha
prece em seus lábios, estava totalmente silencioso. Ele é o típico líder
cristão, pastor, teólogo, profeta, ou líder natural na comunidade que
desaprendeu a possibilidade da oração, cerrou os lábios, ficou mudo, sem
preces. Os pagãos do navio eram mais sensíveis aos sinais dos tempos do que o
cristão Jonas. Eles não interpretavam a tempestade como um mero fenômeno
natural; sabiam por intuição que havia algo alienígena naquela tempestade. Por
isso, diziam uns aos outros: “Vinde, e lancemos sortes, para que saibamos por
causa de quem nos sobreveio este mal. E lançaram sortes, e a sorte caiu sobre
Jonas”. Jonas perdera totalmente a consciência de que o mundo espiritual também
funciona à base da lei de causa e efeito. No entanto os marinheiros pagãos
pareciam saber com muita clareza que ninguém foge de Deus impunemente. A sorte
é lançada, e o azar é de Jonas. Descobre-se que o homem
de Deus era a causa da desgraça. Sua vida atraíra maldição sobre todo o grupo. Preste atenção nisto: homens de Deus em
fuga de Deus trazem maldição aonde quer que vão. Também uma igreja alheia à
vontade de Deus é instrumento de desgraça para a sociedade. Esta é a lição
que os marinheiros nos dão quando dizem a Jonas: “Declara-nos agora por causa de
quem nos sobreveio este mal. Que ocupação é a tua? Donde vens? Qual a tua
terra? E de que povo és tu? Ele lhes respondeu: Sou hebreu, e temo ao Senhor, o
Deus do céu, que fez o mar e a terra”. Jonas responde apenas à última pergunta.
Sua resposta é evasiva, com traços de autojustificação além de definidora de
uma atitude existencial de cinismo teológico. Quando diz “Sou hebreu” ele
parece estar tentando dizer a si mesmo que tinha direito a peregrinação, ou
talvez àquela peregrinação. Afinal, a palavra hebreu provém dum radical que
significa “aquele que passa, aquele que vai, aquele que se move, aquele que
está a caminho, aquele que anda”. É assim que Jonas se justifica: “Eu estou
fugindo porque existencialmente sou um ser a caminho”. E quando ele afirma que
“teme ao Senhor, o Deus do céu, que fez o mar e a terra” ele nos apresenta seu cinismo
existencial e teológico. Ele confessa temer um Deus cósmico do qual pensa ser
possível fugir. Confessa temer ao Senhor, mas não lhe dirige uma prece sequer.
Ele é como muitos que têm uma teologia para justificar suas fugas de Deus e uma
fé que não produz oração. Nada é mais falso que uma teologia que não leve a
orar – por mais ortodoxa que seja, como era o caso da de Jonas. A declaração
sobre quem é o Deus de Jonas, e as razões da viagem apresentadas por Jonas
apavoraram os marinheiros. Possuídos de grande temor, inquiriram:“Que é isto
que fizeste? Pois sabiam os homens que fugia da presença do Senhor, porque lho
havia declarado”. Neste ponto a Bíblia começa a condenar a tragédia de se ter
uma intimidade com Deus tornada cínica. Jonas estava literalmente brincando com
fogo, e não sabia. Ou sabia, mas se negava a considerar as conseqüências. E
mais: a Palavra de Deus mais uma vez nos ensina que são justamente os pagãos
que revelam ter uma fé em Deus mais profunda do que Jonas. Isso porque temem
suas divindades com mais reverência e dedicação do que muitos a Deus, entre os
que se declaram povo de Deus. Os marinheiros parecem estar argüindo: “Jonas,
quem tem um Deus como o seu tem todas as opções da vida, menos a de fugir de
Deus”. E mais que isso: eles sabem que algo tem que ser feito a fim de que a
calamidade seja contida. Por isso lhe perguntam: “Que te faremos, para que o
mar se nos acalme?” “Porque o mar se ia tornando cada vez mais tempestuoso”.
Jonas responde: “Tomai-me, lançai-me ao mar, e o mar se aquietará; porque eu
sei que por minha causa vos sobreveio esta grande tempestade”. Desta forma
Jonas assume o fato de que a tragédia que se tornara de todos naquela pequena
sociedade da embarcação era conseqüência direta da sua fuga de Deus. Ele tinha
plena consciência disso. Tanto era assim que afirmou: “Eu sei que sou a razão
da tragédia”. Neste ponto ele parece estar ainda com uma significativa vantagem
sobre nós, os que estamos lendo este artigo. Isto porque para muitos de nós,
diferentemente de Jonas, a tragédia do mundo parece nada ter a ver conosco.
Todavia tem tudo a ver. E a razão é simples: aqueles que são designados a ser
bênção para o mundo tornam-se maldição para a sociedade, quando não assumem seu
papel de bênção na vida. Contudo os homens remavam, esforçando-se galhardamente
por atingir a terra, sem no entanto nada conseguir, porque o mar se tornara
cada vez mais tempestuoso, investindo contra a embarcação. Então clamaram ao Senhor,
dizendo: “Ah, Senhor, rogamo-te que não pereçamos por causa da vida deste homem,
e não faças cair sobre nós este sangue, quanto a nós, inocente; porque tu,
Senhor, fizeste como te aprouve. E levantaram a Jonas, e o lançaram ao mar; e
cessou o mar da sua fúria. Temeram pois estes homens em extremo ao Senhor, e
ofereceram sacrifícios ao Senhor, e fizeram votos”. Esta é uma das muitas
ironias da história de Jonas. Na intenção de fugir de Deus e da sua missão ele
acaba sendo instrumento de salvação para muitos povos. Aqui fica uma tremenda
lição: o mundo só tem o verdadeiro testemunho da salvação quando a Igreja dá
este testemunho com pureza e verdade, ou quando confessa sua fuga e sua
desobediência à vontade de Deus. Jonas confessa a verdade, ainda que em meio a
uma profunda falta de ânimo espiritual. Ele dá testemunho de sua fuga de Deus,
do Deus a quem não se foge, o Deus de toda a vida, e que está em toda parte. O
princípio espiritual implícito neste evento é simplesmente tremendo:
quando o povo de Deus tem coragem de confessar que a culpa é sua, o mundo crê. Neste
ponto da narrativa da história de Jonas parece que atingimos o ápice de sua
desgraça e desesperança. Sua vida e seu ministério parecem definitivamente
liquidados. Mas é neste ponto que nos é lembrado que “o dom e a vocação de Deus
são irrevogáveis”. “Deparou o Senhor um grande peixe, para que tragasse a
Jonas; e esteve Jonas três dias e três noites no ventre do peixe. Então Jonas
do ventre do peixe orou ao Senhor, seu Deus e disse: ‘Na minha angústia clamei
ao Senhor, e ele me respondeu; do ventre do abismo gritei, e tu me ouviste a
voz”.Deus não desiste de Jonas – embora o que parecia era que Jonas desistira
de Deus completamente. Todavia ele dá a impressão de ser o exemplo clássico da
pessoa que só ora em dificuldade extrema. Se não, observe: ele não orou para
decidir (Jn, 1:3); não orou quando a tempestade veio (Jn, 1:4); não orou quando
todos oravam (Jn, 1:5); não orou quando a verdade sobre sua fuga se tornou
pública (Jn, 1:10,11); não orou quando os marinheiros, num último rasgo de
solidariedade humana, tentavam chegar à terra remando (Jn, 1:13); não orou
quando os marinheiros oravam pedindo a Deus que não os culpasse por terem que lançá-lo
ao mar (Jn, 1:14); e provavelmente não orou nem no primeiro nem no segundo dia
no ventre da baleia, o grande peixe, o monstro marinho, porque se tivesse orado
antes talvez a história não houvesse contado que ele permaneceu no ventre três
dias e três noites. O profeta Jonas parece ter sido realmente renitente: deixou
para orar no último dia. É no entanto no ventre do peixe que ele começa a
recuperar sua saúde humana e sua fé. É no ventre do peixe que começa a
recuperar a saúde da alma, quando restaura uma das mais fantásticas
possibilidades da alma humana, a possibilidade da angústia. Quando diz: “Na
minha angústia clamei ao Senhor”. Angústia aqui aparece como um sintoma de que
a alma está viva. Pois até então sua apatia só falava de uma alma sem nervos, morta.
“Pois me lançaste no profundo, no coração dos mares, e a corrente das águas me
cercou, todas as tuas ondas e as tuas vagas passaram por cima de mim. Então
disse: ‘Lançado estou de diante dos teus olhos; tornarei porventura a ver o teu
santo templo?” Com toda a sua teologia, Jonas ainda pensava ser possível, na prática,
fugir de Deus. Isso porque orava suplicando livramento, sem contudo entender
que a própria tragédia de ter sido engolido pelo monstro era
parte da resposta que buscava em Deus. Jonas não entendia tragédia como
possibilidade de expressão do amor de Deus. “As águas me cercaram até à alma, o
abismo me rodeou, e as algas se enrolaram na minha cabeça até os fundamentos dos
montes. Desci até a terra, cujos ferrolhos se correram sobre mim para sempre;
contudo fizeste subir da sepultura a minha vida, ó Senhor, meu Deus!” No auge
de um quase sadio desespero Jonas experimenta a realidade existencial da
ressurreição: é arrancado da sepultura. Ele tinha que morrer para poder provar
o poder existencial da ressurreição: “Quando dentro em mim desfalecia a minha
alma, eu me lembrei do Senhor; e subiu a ti a minha oração”. Oração é a única e
suficiente resposta da alma em crise ao Deus que busca restaurá-la. Oração é o
sinal por excelência de que a alma ainda está viva: “Os que se entregam à
idolatria vã abandonam aquele que é misericordioso”, diz Jonas. Neste ponto
Jonas assume sua própria idolatria. Isso porque no contexto do livro o único
verdadeiramente idólatra é ele. Ele foi aquele que cultuou de forma tão
absoluta a ideologia e o nacionalismo que preferiu fugir de Deus a ter que
trair seus compromissos políticos e ideológicos. Agora
ele diz: “Mas com a voz do agradecimento eu te oferecerei sacrifício; o que
votei, pagarei. Ao Senhor pertence a salvação”. Jonas resolve que se houvesse
uma outra chance ela não seria desperdiçada. Uma vez livre da tragédia de estar
preso no porão dos oceanos, ele se compromete a cumprir a missão da qual
fugira. Rende-se pois à implacável perseguição do amor de Deus, na sua
obstinada insistência de não perder um profeta, de não perder um líder. “Falou
pois o Senhor ao peixe, e este vomitou a Jonas na terra. Veio a palavra do
Senhor segunda vez a Jonas, dizendo: ‘Dispõe-te, vai à grande cidade de Nínive,
e proclama contra ela a mensagem que te digo’. Levantou-se pois Jonas, e foi a
Nínive, segundo a palavra do Senhor. Ora, Nínive era cidade importante diante
de Deus, e de três dias para percorrê-la. Começou Jonas a percorrer a cidade,
caminho de um dia, e pregava e dizia: ‘Ainda quarenta dias, e Nínive será
subvertida’. Os ninivitas creram em Deus; e proclamaram um jejum, e vestiram-se
de panos de saco, desde o maior até o menor. Chegou esta notícia ao rei de
Nínive; ele levantou-se do seu trono, tirou de si as vestes reais, cobriu-se de
pano de saco, e assentou-se sobre cinza. E fez-se proclamar e divulgar em
Nínive: Por mandado do rei e seus grandes, nem homens, nem animais, nem bois,
nem ovelhas provem coisa alguma, nem os levem ao pasto, nem bebam água; mas
sejam cobertos de pano de saco, assim os homens como os animais, e clamarão
fortemente a Deus e se converterão cada um do seu mau caminho, e da violência
que há nas suas mãos. Quem sabe se voltará Deus e se arrependerá e se apartará
do furor da sua ira, de sorte que não pereçamos? Viu Deus o que fizeram, como
se converteram do seu mau caminho: e Deus se arrependeu do mal que tinha dito
lhes faria, e não o fez. Com isso desgostou-se Jonas extremamente, e ficou
irado”. Jonas não estava interessado em nenhuma conversão ou arrependimento que
não tivesse implicações de mudança imediata na cena política à sua volta. Se
fosse hoje ele diria: “O novo nascimento que não mudar a atitude política das
pessoas não tem nenhum valor histórico”. Então Jonas orou ao Senhor e disse:
“Ah! Senhor, não foi isso o que eu disse, estando ainda na minha terra? Por
isso me adiantei, fugindo para Társis, pois sabia que és Deus clemente e
misericordioso, tardio em irar-se e grande em benignidade, e que te arrependes
do mal”. O que ele queria não era vê-los salvos, mas achatados, esmagados.
Assim ele diz: “Peço-te pois, ó Senhor, tira-me a vida, porque melhor me é
morrer do que viver”. É em razão disso que o Senhor o questiona: “É razoável
essa tua ira? Então Jonas saiu da cidade, e assentou-se ao oriente da mesma...”
Ora, é importante lembrar que na tradição bíblica é do Oriente que sempre vem o
juízo e o castigo. “Assentou-se ao oriente da mesma, e ali fez uma enramada, e repousou
debaixo dela, à sobra, até ver o que aconteceria à cidade.” Jonas tem ainda uma
última esperança: de que a cidade se arrependa de ter se arrependido e volte a
pecar, atraindo assim o juízo de Deus contra si. “Então fez o Senhor Deus nascer uma planta,
que subiu por cima de Jonas para que fizesse sombra sobre a sua cabeça, a fim
de o livrar do seu desconforto. Jonas, pois, se alegrou em extremo por causa da
planta. Mas Deus no dia seguinte, ao subir da alva, enviou um verme, o qual
feriu a planta, e esta se secou. Em nascendo o sol, Deus mandou um vento calmoso
oriental; o sol bateu na cabeça de Jonas, de maneira que desfalecia, pelo que
pediu para si a morte dizendo: Melhor me é morrer do que viver. Então perguntou
Deus a Jonas: É razoável essa tua ira por causa da planta? Ele respondeu: É
razoável a minha ira até a morte. Tornou o Senhor: Tens compaixão da planta que
te não custou trabalho, a qual não fizeste crescer; que numa noite nasceu e
numa noite pereceu; e não hei eu de ter compaixão da grande cidade de Nínive em
que há mais de cento e vinte mil pessoas, que não sabem discernir entre a mão
direita e a mão esquerda, e também muitos animais?” E Deus termina dizendo: “Jonas,
por favor! redimensione o que você sentiu pela planta e você será capaz de
sentir o que eu sinto por Nínive. O apelo final de Deus a Jonas é no sentido de
que ele recupere a possibilidade da compaixão e da misericórdia. Em outras
palavras, Deus está dizendo que a única forma de se viver qualquer projeto em
nome dele na história é colocando a causa da salvação acima de tudo, inclusive
acima daquelas causas às quais muitas vezes são atribuídos interesses
prioritários relacionados ao seu reino. Além do mais, não há nenhuma saúde
possível para o homem de Deus que não tem dentro de si a possibilidade do amor compassivo.
Sem esse amor compassivo a vida mergulha na amargura, no justicismo perverso,
na unilateralidade ideológica e num viver que perde a possibilidade do amor e
da compaixão, cujo único fim e propósito é alimentar na alma a amargura de não
conseguir amar aquelas criaturas estranhas em volta de nós, tão amadas por ele.
Portanto, meu irmão e minha irmã, o apelo de Deus a todos nós é este: “Volte a
amar tudo e todos quantos eu amo, mesmo os mais inamáveis da história. Caso
contrário, sua vida será marcada pela tragédia de um amargor sem cura”.
O
que eu chamo de Sindrome de Jonas, é o que eu estava sentindo nos últimos dias,
quando decidi que não queria mais saber dessa disputa de forças do pastor e os
homossexuais, simplesmente agi como Jonas – que Deus castigue todos eles que
vivem em dissonância com a sua vontade, é o que eles merecem! Esqueci-me
totalmente da imensa misericórdia de Deus, e o desejo dEle que o pecador se
arrependa. Por isso, devo abandonar a síndrome de Jonas, me posicionar contra o
pecado, e não me calar, mas pregar a verdade ao pecador, que Deus deseja que
ele abandone seus maus caminhos e converta-se ao Senhor!
Rosana
Márcia.
Fonte:
Jonas o sucesso do fracasso – Caio Fábio
Esse nosso Deus é tremendo! Ele por sua infinita graça, plantou na nossa "mocidade" algo, que através dos tempos nos destacaria como atalaias, em pontos pré estabelecidos por Ele; como luzeiros no mundo. Volte no Tempo... e reflita em nossa "turma" Quantos Deus usa e ou Usou para sua glória.
ResponderExcluirCom certeza D'us é maravilhoso, e o que mais me comove é fato dEle não desistir dos seus. Certamente muitos ficaram e ficarão pelo caminho. Louvado seja D'us que nos usa da forma que melhor Lhe apraz!
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